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CHANEL X DIOR


ADAL

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Thamires Santos e Iasmin Sousa são destaque sem igual



A quase uma semana atrás, na última quarta-feira dia 16/6/2010, as belíssimas Iasmin Sousa e Thamires Santos voltaram a causar na passarela. A meu convite, as new faces vestiram dois looks para se apresentarem na Semana Acadêmica do Curso de Letras, da UEMG - FAVALE Carangola. Tudo fazia parte da apresentação do meu trabalho de conclusão de curso que, consiste em problematizar o conceito rígido que afirma ser a moda um “palco” de alienação. E viabilizar ainda uma reflexão sobre a possibilidade de a partir da moda novas identidades serem negociadas.




Thamires Santos e Iasmin Sousa vestem looks ao estilo das grifes Chanel e Dior



Aos olhos atentos de doutores, tais como: Drª Lídia Maria Nazaré Alves e Dr. Wagner Luís Ferreira Lima, mestrandos e acadêmicos versei sumariamente a respeito do meu trabalho.

“A moda produz ideologias, tais como padrões de beleza, de estética, de vestuário e de convívio social que, nos leva a pensar, agir e concretizar ações de acordo com suas imposições. De certa forma, apresenta o produto, valoriza-o, nem sempre transcreve ou mostra vantagens e desvantagens e deixa o “caminho” para quem quiser sentir tudo aquilo que a marca está oferecendo. O discurso utilizado verdadeiro ou mitômano, tende a “tornar alheio, transferindo para o outro o que é seu”, portanto, “o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu”, sendo este o conceito de alienação.”

Assim como certos carros entram e saem da moda o mesmo acontece com as roupas. A arte nada mais é do que uma tendência e, a moda oferece a cada troca de estação novas tendências. Nem tudo o que se apresenta é exatamente para ser usado. O próprio Christian Dior com sua ousadia propunha mulheres extravagantes, cheias de ornatos e que não fossem apenas bonitas, mas sim que causassem impacto. É a partir de um estudo que se forma um conjunto de cores, acessórios, tecidos, ornatos e debruns que vão fazer a diferença naquela estação. Nos filmes, as estrelas usam aparecem usando determinadas marcas e os jovens tão ligados ao mundo globalizado são as vítimas perfeitas.”




A medida que eu propunha o contexto do trabalho, proporcionei aos convidados uma demonstração mais visível e próxima. Ao citar ideologias de marcas como Chanel e Dior. Para isso, utilizando-me dos looks do desfile reciclável, trouxe um ao estilo Chanel e outro ao estilo Dior. Vale lembrar, que os looks recicláveis são apenas uma alerta para a questão da reciclagem. Para aqueles que não compreenderam o recado do ADAL FASHION SHOW, que trouxe roupas em lona, jornais, revistas, juta e etc. Isso, para que fosse possível uma demonstração de produção, onde a partir da coleta seletiva poderemos resultar em algo novo, seja roupa ou seja os próprios materiais novos que foram jogados fora.


Esquentando o salto, Thamires Santos faz pose com bolsa ADAL.



As mudanças que ocasionaram maiores impactos no mundo da moda, ocorreram no século XX. Após a Arte Moderna a Arte contemporânea não se dita mais movimento. A moda é sempre uma eterna releitura. Um exemplo: Madonna, amada ou detestada, ainda é uma provocação constante a revelar a primazia da moda e da imagem na cultura contemporânea e a qualidade de construto social da identidade. Entrementes, Lady Gaga é quem reproduz em novos tempos várias identidades, usando-se de releituras para construir seus elos sociais.
A primeira delas com seu estilo clássico e simples é copiada em releituras até hoje por outros estilistas e faz sucesso pelo seu ainda simples jeito de vestir que caracterizou Chanel e suas seguidoras. Um estilo revitalizado por Karl Lagerfeld, atual diretor de criação da marca, que devolve as mulheres o estilo leve e solto proposto por Chanel em tempos de guerra onde suas inovações retocaram toda a silhueta feminina e ditou o novo comprimento de suas saias mostrando os tornozelos das mulheres cansadas da áspera rigidez de camadas de tecidos.


Iasmin Sousa faz pose com bolsa ADAL, antes de arrasar na UEMG - FAVALE


O recado era quase sempre “masculino” e “feminino”, que Douglas Kellner define ao estudar o fenômeno Madonna como “construtos sociais que podem ser desconstruídos e as mulheres podem ocupar posições e posturas masculinas e vice-versa”. Imortalizou seu estilo e seu pretinho básico. A mulher Chanel é uma mulher que, pode estar elegante sem ter que utilizar-se da opulência de tecidos. Ela é simples, minimalista e moderna.

Entrementes, Christian Dior conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Chanel.
Após alguns anos de reclusão, a mulher pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Ninguém entendeu tão bem isso como Christian Dior. Em suas célebres invenções vestia mulheres ricas para chocar e impressionar. (MENDES, 2003, p. 102)

A marca Dior transmite o luxo, o poder, o drama e a beleza. A mulher Dior é mais feminina e sedutora, ousa no vestir, provoca e seduz. Tudo isso, desperta desejo e consumismo. A partir desses fatores de ambos estilistas, que marcaram suas respectivas épocas entende-se, que usar uma roupa não é apenas cobrir-se e proteger-se. É usar um estilo e criar uma identidade. Usar o estilo Chanel é usar um mito, ao contrário, de usar Dior que, é estar e vivenciar tudo o que a marca propõe.”





“Chanel ou Dior, as mulheres são convidadas a identificar-se com produtos, imagens e comportamentos. Nas propagandas da marca Chanel, as modelos seguem os padrões da criadora: simplista, clássico, elegante e que transmite poder e elegância sem ter que exagerar. É beleza associada à magreza e trabalho e igualdade entre as raças associado à mulher. Segundo Kellner, em A Cultura da Mídia, a propaganda vende produtos e visões de mundo por meio de imagens.



As pessoas associam os produtos com certas características socialmente desejáveis e transmitem mensagens referentes às vantagens simbólicas obtidas por aqueles que consomem o produto. Logo se a marca Chanel é sinônimo de elegância e conforto e se for disso que a mulher estiver em busca, acredita-se poder trocar de identidade quando se muda o estilo de vestir, a aparência e a imagem.

A Dior, naturalmente oposta da marca Chanel, desperta nas mulheres a fascinação que a marca pode oferecer nos construtos da identidade ao consumi-la. Com mulheres mais encorpadas e referências às deusas, instiga ao doce desejo de criar ilusões e fantasias. Transmite em anúncios que a mulher Dior, poderá realmente ser aquela traçada por Christian Dior: a que tem luxo, drama, beleza e sabe lidar com o poder. Constrói-se assim, uma série de imagens e uma nova identidade, insinuando que toda moda é artificial.”



Thamires Santos é ovacionada antes mesmo de desfilar




Thamires Santos - maquiagem: Vivi Silva, cabelo: Thiago Carvalho




A morena Thamires Santos, que vestiu um tomara que caia simples com pérolas e um laço dourado na cabeça para representar o estilo clássico e atemporal da marca Chanel, nem mesmo precisou sair do lugar para a platéia aplaudí-la. As cortinas do Salão Nobre Paulo Machado se abriram e lá estava ela. Os aplausos soaram e ecoaram enquanto ela caminhava pelo salão e esbanjava simplicidade e autencidade para representar um estilo que se tornou um mito da moda de mademoiselle Coco Chanel.


Iasmin Sousa: de mocinha a femme-fleur





Iasmin Sousa - maquiagem: Vivi Silva, cabelo: Thiago Carvalho


Pra quem a viu de maquiagem clara e usando o mesmo look com alguns dedos menores, pode achar muito forte a maquiagem desta vez. Mas, não! Ela tinha que estar vestida para causar impacto e assim o foi. Pedi a Vivi que caprichasse na maquiagem para que ela tivesse a extravagância e um semblante semelhante ao que grife Dior propõe. Quem sabe faz ao vivo e assim foi com Iasmin Sousa, que encerrou minha apresentação com seu caminhar digno de top que está no auge e com muita extravagância para representar a Dior, vestindo Adal.




O professor Dr. Wagner Luís Ferreira Lima, a top Thamires Santos, Eu e a top Iasmin Sousa